segunda-feira, 17 de maio de 2010

Soneto de Fidelidades

De Tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo, em cada vão momento
E sem louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor que tive (ou não)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja (eterno) infinito
Enquanto dure.

(Vinicius de Morais)

Nenhum comentário:

Postar um comentário